“Você está vivo. Esse é o seu
espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho.”
Esta é uma forte afirmação de Cazuza, pseudônimo de Agenor de Miranda Araújo
Neto (1958-1990). O cantor e compositor brasileiro foi um ícone do rock nos
anos 80, marcando uma geração ao prezar pelo amor à vida e liberdade de
expressão. Ao longo de nove anos de carreira - cinco deles em solo -, Cazuza
foi responsável por 126 canções de autoria própria. Nesse post, veremos as
cinco mais marcantes e que são lembradas até hoje pela sociedade:

“Pro Dia Nascer Feliz”: ainda junto ao Barão Vermelho, esse foi o “hit” responsável por tirar a banda da obscuridade, trazendo grande reconhecimento a Cazuza como um dos poetas daquela geração. Gravada inicialmente por Ney Matogrosso, a canção fala sobre o prazeroso sentimento de ir contra a opinião formada de uma sociedade hipócrita, que condena os atos noturnos cometidos pelos jovens – atos sexuais, uso de bebidas e drogas etc. O próprio título da música afirma a mesma por inteira: o indivíduo só amanhecerá bem se for ele mesmo, praticando o que lhe faz feliz.

“Codinome Beija-Flor”: trazendo letra e ritmo um pouco distantes do que o compositor costumava apresentar, a música foi escrita por Cazuza em uma das fases mais delicadas de sua vida. Falando sobre uma paixão que já não existia mais e a dificuldade em esquecê-la, a letra passeava por versos na maioria das vezes tristes, que transpareciam decepções com a outra pessoa, como nos trechos “pra que mentir, fingir que perdoou”, “a emoção acabou” e “destilando todo o meu mel”. Ainda assim, ele vê a necessidade de proteger seu antigo amor platônico através do codinome Beija-Flor, por ser uma pessoa encantadora, mas ao mesmo tempo livre.
“Brasil”: como uma mensagem de amor ao país e, ao mesmo tempo, indignação pelos rumos que o mesmo vinha tomando, a canção foi composta em uma época politicamente problemática para a nossa sociedade. Em meio a críticas diretas à hipocrisia, corrupção e falta de moral, Cazuza tornou-se referência entre milhares de jovens através dessa música, expressando também tamanha indignação com a forma com que o materialismo vinha a tomar conta da rotina pessoal (“o meu cartão de crédito é uma navalha”). Ainda assim, o letrista demonstra esperanças de um Brasil promissor e sem tanta indiferença e omissão, como pode ser ouvido em “grande pátria, desimportante, em nenhum momento eu vou te trair”.
Infelizmente, por se mostrar ao excesso e se perder em seu próprio caminho, Cazuza nos deixou com apenas 32 anos de idade, deixando somente as marcas do seu belíssimo espetáculo. Um show que, acima de todos os pontos baixos, merece ser aplaudido de pé.
Cazuza performando "O Nosso Amor a Gente Inventa" no programa Globo de Ouro, em 1987
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